- Franciele Bitencourt
- 21 de jul.
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Tem gente que nĂŁo consegue fazer nada em silĂȘncio. Precisa de uma mĂșsica, da TV ligada, do barulho da rua... qualquer som.
Diz que é pra se concentrar.  Mas, na verdade, o som cumpre outra função: ele då a sensação de presença.
Sem som, parece que tudo some. A cabeça pesa, o corpo aperta. Vem uma angĂșstia estranha, difĂcil de explicar.
Ăs vezes, esse incĂŽmodo com o silĂȘncio vem de muito antes... De uma infĂąncia onde o silĂȘncio era ausĂȘncia, onde ninguĂ©m chamava, ninguĂ©m olhava, ninguĂ©m ouvia.
EntĂŁo o corpo aprendeu: faz barulho, preenche o vazio, Â nĂŁo deixa o silĂȘncio engolir a tua existĂȘncia.
Mas talvez⊠hoje vocĂȘ nĂŁo precise mais de barulho pra existir.
Talvez o silĂȘncio tambĂ©m possa ser morada, um lugar seguro, um espaço de escuta.
Tenho escutado de algumas pessoas o quĂŁo difĂcil Ă© permanecer no silĂȘncio, mesmo que por alguns instantes.
đE para vocĂȘ, como vocĂȘ encara estar em silĂȘncio?
đO silĂȘncio te incomoda?
đVocĂȘ sente que precisa de som pra nĂŁo se perder?
đ·Isso pode ser um convite para olhar com mais carinho pra sua histĂłria.
âšA terapia pode ser um espaço para ressignificar o silĂȘncio como presença e nĂŁo como ausĂȘncia.
Franciele Bitencourt
PsicĂłloga â CRP 08/40300